quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

14 e 15 de Fevereiro

Regresso ao nevoeiro onde se esconde o messias.
Rei proclamado da virtude.Lutador imortal.
Sete pecados são gravados a ferro e fogo na minha pele.Já não é uma idealização é um vínculo de certeza e ambiguidade.
As sombras passageiras são nítidas e ofuscantes mas não quero ver. Ser cega de alma, de emoção e fã artística da racionalidade é uma antítese do meu presente. Uma hipérbole do meu passado.
Monstro adormecido vocifera agora a plenos pulmões. Clama por ventos mundanos e por pétalas de decadência de outrora.
O fulgor que me ocupa os pulmões deu lugar a um fumo baço e indiferente.
Porque querer não é suficiente. Lutar nem sempre conquista e desistir é uma rua com muitas direções e um só destino.
Castelo ambivalente. Rocha dura tornou-se em pó.Rio que corre no seu auge em Dezembro inundando as margens e proclamando o que é seu há muito perdido . Como o mar. 
Mar de todos e de ninguém.
Querer e não ter . Lutar e perder.




15 -Cheguei ao ponto épico do meu ser.O não ser. O não sentir , o não falar e desejar.
A intensidade voltou ( ó velha companheira ).
A solidão resguarda-se na velha gruta de eco.
Trevas, decadência . Subúrbios da mente.
Afinal de que vale ? É inesgotável é inquestionável.
O apocalipse da razão. O auge do "desistir".
O arrependimento rasga e corta. Ácido das palavras, círculo sem fim.
Para quê Homero? Deixa a Odisseia , de nada te valeu. Morreste sem valor e sem valor continuarás para muitos. Se a morte te trouxe significado, a ti dou valor.
Uma pedra , um pensamento, uma razão. Um suspiro, uma palavra. Sem valor reitero.
Já nem o prezado vício esconde, já nem as velhas cartas vestem o rosto
mas afinal o que há para manter? Se já nada sou assim quer continuar . Um dia terei valor como Homero. As palavras, o ser , tudo será cinza.
Será passageiro. Fútil ruído de fundo.
Aqui o sou, aqui o fui aqui o consegui.
Falei , fiz mas fugi.

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